Sabemos que há, não só no
Brasil como no mundo, muitos esportes radicais que são praticados de forma
ilegal, no que se diz respeito à legislação que rege as praticas desportivas em
todo o mundo.
Seria muito fácil apontar
culpados e puni-los, porém não é bem assim que a banda toca, pois não são
apenas os radicais que sofrem com isso, uma vez que é explícita a falta de
apoio e regularização legal de muitos esportes, pois infelizmente quem manda no
mundo capitalista é o dinheiro e, sendo assim, onde há retorno financeiro há patrocínio,
legislação e tudo aquilo que faz bem ao bolso dos organizadores. Caso contrário,
não há incentivo algum.
O que podemos perceber é que
independente de todo este descaso, os praticantes dos esportes radicais não
deixam de praticá-los, pois o fazem por amor e prazer à adrenalina e à
satisfação da boa manobra realizada.
A CBER (Confederação
Brasileira de Esportes Radicais) procura dar suporte a estas praticas
desportivas apoiando-se na lei Federal nº 11.438 de Incentivo ao Esporte e
Estadual 13.918 – Artigo 16 – Decreto 55636/10).
Muitos investidores se
aproveitam dessas leis para usufruírem do desconto devido na hora de declararem
suas rendas, uma vez que os mesmos têm por direito 4% de desconto no patrocínio
cultural e 1% no Esporte, totalizando 5% de desconto no imposto devido.
A grande questão aqui é
investigar a razão de tais esportes exigirem tanta dedicação física e mental de
seus praticantes e mesmo assim serem taxados por muitos como esportes
secundários, fazendo com que até mesmo as fiscalizações não deem muita
importância para os mesmos, pois a própria mídia não divulga muito esse tipo de
prática desportiva. Quando falamos em divulgação é inevitável não retornarmos
ao início do texto, onde destacamos a questão capitalista. É óbvio que os
veículos de comunicação não vão dar a mínima para esportes praticados de formas
digamos até isoladas. Entretanto surge aí surge questão que transcende o
esporte e passa a ser social. O capitalismo se interessa apenas pelo que é
rentável e ignora tudo aquilo que não gera lucro. Não gera por questões sociais
e não por falta de vontade desses atletas altamente preparados, que deveriam
presenciar o mínimo de incentivo midiático e financeiro.
Tomemos como exemplo uma
brincadeira feita por anos e anos. Quem nunca ouviu a seguinte pergunta: Quem
veio primeiro, o ovo ou a galinha? Sarcástico ou não, o mais importante é
sabermos que o ovo vem da galinha, assim como a galinha vem do ovo. Ou seja, o
patrocínio, o incentivo, a profissionalização, o reconhecimento da massa só vem
quando há destaque nas mídias, assim como as mesmas só dão espaço para o que
acham que estão em alta. Mas sabemos que se todo este contexto andasse de “mãos
dadas” teríamos aí o casamento perfeito e os “filhos” desta união estável não
só nasceriam cada vez mais e sim “brotariam” de uma forma inexplicável.
Tratamos a pouco da questão
social e podemos sustentá-la quando falamos, por exemplo, do MMA. Este esporte
que até pouco tempo atrás era taxado como violento passou a ser uma paixão não
só nacional como também mundial. E por que tão repentinamente assim? Claro que
não foi de repente. Tudo começou quando um atleta extremamente dedicado no que
faz, chamado Anderson da Silva, um brasileiro nascido em São Paulo e que muito
jovem mudou-se para Curitiba, passou a ganhar seguidamente suas lutas na
categoria peso médio, sendo hoje o ainda atual campeão mundial. Obviamente os
veículos de comunicação passaram a dar destaque para o mesmo e com isso o
esporte expandiu-se de forma absurda, inclusive fazendo com que as mesmas
pessoas que tinham tal atividade como violenta, passassem a admirar as Artes
Marciais, inclusive matriculando seus filhos em academias para que eles
pudessem, quem sabe um dia, chegar aonde “Spider” chegou (apelido carinhoso que
recebeu ainda quando criança, em virtude de uma fantasia que ganhou do herói
das histórias em quadrinhos Homem Aranha).
Podemos fazer diversas analogias
com este caso, como por exemplo o lutador de boxe Popó, o piloto de Formula 1
Ayrton Senna, o tenista Guga, ou até mesmo na música com o fenômeno grupo
Mamonas Assassinas, uma banda que surgiu com estilo próprio e mesmo assim
manteve um grande destaque e fãs que os exaltam até hoje, mesmo depois de
tantos anos da morte de seus integrantes.
Entendemos então que o
brasileiro é carente de ídolos e sempre que surge alguém se destacando,
independente de sua modalidade, sempre terá espaço no coração de todos nós.
Não é a toa que o Brasil é o
país do futebol. Tudo tem sua lógica social para tal. Tanto que hoje em dia já
não sentimos a mesma febre de torcedor que sentíamos antigamente, uma vez que a
seleção brasileira de futebol vem caindo cada vez mais no que se diz respeito à
hegemonia e absolutismo que sempre teve.
Se pedirmos para alguns
torcedores escolherem entre assistir a uma partida de futebol de seu clube do
coração ou da seleção brasileira, certamente teremos uma diferença esmagadora
dos mesmos preferindo seus clubes.
Sabemos que a maioria dos
vínculos empregatícios que os poucos profissionais destas atividades possuem
são com empresários e patrocinadores particulares.
Anderson Aré
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