terça-feira, 16 de abril de 2013

FUTEBOL MANAGER – UMA ILUSÃO DA REALIDADE


Sabemos que o mundo virtual é uma paixão, não só nacional, e sim de âmbito mundial. Dentro deste contexto temos diversas redes sociais, como blogs, o site Facebook, entre outros.

Em se tratando de virtualidade é possível remeter a uma discussão que cresce notoriamente, pois com o apoio da tecnologia, aliada aos conhecimentos e estudos humanos, temos um campo que a cada dia que passa torna-se mais próximo da realidade. Estamos falando dos jogos esportivos virtuais, nos quais os seus praticantes sentem uma enorme sensação de verossimilhança, com dados e estatísticas a respeito dos profissionais e seus respectivos clubes e entidades.



O mais popular game entre os esportivos está o futebol e junto com sua predileção ele traz também diversas controvérsias no que se diz respeito aos dados constantes nos mesmos, como por exemplo, em um título japonês muito conhecido que é o Winning Eleven, mundialmente conhecido também como PES (Pro Evolution Soccer). Em sua versão do ano de 1998, este game traz consigo dados de jogadores fora da realidade, como no item velocidade, em que seu máximo se dava por speed 99 e possuia diversos jogadores com este atributo máximo. Entre eles os brasileiros Ronaldo Fenômeno e Roberto Carlos, além do inglês Michael Owen, o ucraniano Andriy Shevchenko e por aí vai. Mas por que tanta polêmica? Ora como é possível um atleta de futebol, mesmo que profissional, ter uma velocidade comparada a máxima? Ou seja, se tivéssemos o jamaicano Usain St. Leo Bolt, considerado por muitos o maior velocista de todos os tempos, participando do jogo como faríamos? Teríamos ele com o mesmo número que os demais citados neste quesito. Não que não devesse existir o total de 99 para a opção velocidade, entretanto, neste caso, nenhum jogador deveria atingir esta meta e aí poderíamos aproximar a virtualidade da realidade.

Além deste tema citado acima, dentre tantos que merecem destaque, temos uma querela ainda maior que esta. Ressaltemos agora a questão do Futebol Manager, mas o que seria isso? Nada mais é do que um game virtual, no qual é possível o praticante usufruir-se do papel de técnico de futebol, montando sua equipe com dados e estatísticas extraídos dos clubes e entidades existentes na “vida real”.

Tudo parece muito maravilhoso e rentável para os desenvolvedores dos jogos, até porque, qual é o amante do futebol que não tem um “Q” de técnico dentro de si? Todavia, nem tudo que está constando nos itens virtuais deve ser levado a sério.

Segundo uma pesquisa feita pelo Prof. Dr. Márcio de Oliveira Guerra, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora na Pós-Graduação e Graduação de Comunicação, houve um caso em que um profissional dos games de futebol manager, conhecido como “olheiro”, criou um jogador chamado Masal Bugduv. Este suposto atleta teria surgido em um desses jogos e com destaque de jogador revelação na Moldávia, nação próxima à Romênia.
Segue dados da futura promessa constantes no game: “16 anos de idade, estilo técnico e clássico dos bons meias do futebol moderno. Versátil, alta velocidade e bom passe com precisão de quem parece ter muito mais experiência do que sua idade”.

Diante destes atributos, três grandes clubes do “mundo da bola” se interessaram pelo atleta, como Chelsea, Liverpool e Arsenal, todos da Inglaterra, mas o primeiro a fazer uma proposta pelo atleta foi o Arsenal.

Como já era de suspeitar, Bugduv não existe e foi criado pelo “olheiro” apenas para ter uma noção de que até que ponto vai a credibilidade dos dados e estatísticas contidas no game.

Diante das assertivas, temos que dar uma maior ênfase a esta prática virtual e estudarmos cada vez mais suas informações, pois futebol é algo sério que movimenta milhões de quantias financeiras a nível mundial e não pode, em hipótese alguma passar por esse tipo de situação amadora e incerta.

Não cabe aqui julgar de quem seria a culpa por esses atos, mas cabe uma reflexão de quem participou desta “grande jogada” deste “olheiro” que provavelmente já vinha acompanhando há um bom tempo tamanhas falhas administrativas de dirigentes que ao invés de pesquisarem futuras contratações da maneira tradicional, preferem consultar um jogo virtual e tomar como verdade os itens constantes nos mesmos.

Além do mais, a credibilidade dos profissionais que atuam realmente no futebol acaba ficando em risco se tomarmos os games de futebol como base, tirando assim as próprias conclusões sobre eles.

Anderson Aré


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