Sabemos que o mundo virtual
é uma paixão, não só nacional, e sim de âmbito mundial. Dentro deste contexto
temos diversas redes sociais, como blogs, o site Facebook, entre outros.
Em se tratando de
virtualidade é possível remeter a uma discussão que cresce notoriamente, pois
com o apoio da tecnologia, aliada aos conhecimentos e estudos humanos, temos um
campo que a cada dia que passa torna-se mais próximo da realidade. Estamos
falando dos jogos esportivos virtuais, nos quais os seus praticantes sentem uma
enorme sensação de verossimilhança, com dados e estatísticas a respeito dos profissionais
e seus respectivos clubes e entidades.
O mais popular game entre os
esportivos está o futebol e junto com sua predileção ele traz também diversas controvérsias
no que se diz respeito aos dados constantes nos mesmos, como por exemplo, em um
título japonês muito conhecido que é o Winning Eleven, mundialmente conhecido
também como PES (Pro Evolution Soccer). Em sua versão do ano de 1998, este game
traz consigo dados de jogadores fora da realidade, como no item velocidade, em
que seu máximo se dava por speed 99 e possuia
diversos jogadores com este atributo máximo. Entre eles os brasileiros Ronaldo
Fenômeno e Roberto Carlos, além do inglês Michael Owen, o ucraniano Andriy
Shevchenko e por aí vai. Mas por que tanta polêmica? Ora como é possível um
atleta de futebol, mesmo que profissional, ter uma velocidade comparada a
máxima? Ou seja, se tivéssemos o jamaicano Usain St. Leo Bolt, considerado por
muitos o maior velocista de todos os tempos, participando do jogo como
faríamos? Teríamos ele com o mesmo número que os demais citados neste quesito.
Não que não devesse existir o total de 99 para a opção velocidade, entretanto,
neste caso, nenhum jogador deveria atingir esta meta e aí poderíamos aproximar
a virtualidade da realidade.
Além deste tema citado
acima, dentre tantos que merecem destaque, temos uma querela ainda maior que
esta. Ressaltemos agora a questão do Futebol
Manager, mas o que seria isso? Nada mais é do que um game virtual, no qual
é possível o praticante usufruir-se do papel de técnico de futebol, montando
sua equipe com dados e estatísticas extraídos dos clubes e entidades existentes
na “vida real”.
Tudo parece muito
maravilhoso e rentável para os desenvolvedores dos jogos, até porque, qual é o
amante do futebol que não tem um “Q” de técnico dentro de si? Todavia, nem tudo
que está constando nos itens virtuais deve ser levado a sério.
Segundo uma pesquisa feita
pelo Prof. Dr. Márcio de Oliveira Guerra, professor da Universidade Federal de
Juiz de Fora na Pós-Graduação e Graduação de Comunicação, houve um caso em que
um profissional dos games de futebol manager, conhecido como “olheiro”, criou
um jogador chamado Masal Bugduv. Este suposto atleta teria surgido em um desses
jogos e com destaque de jogador revelação na Moldávia, nação próxima à Romênia.
Segue dados da futura promessa constantes no game: “16 anos de idade, estilo
técnico e clássico dos bons meias do futebol moderno. Versátil, alta velocidade
e bom passe com precisão de quem parece ter muito mais experiência do que sua
idade”.
Diante destes atributos, três
grandes clubes do “mundo da bola” se interessaram pelo atleta, como Chelsea,
Liverpool e Arsenal, todos da Inglaterra, mas o primeiro a fazer uma proposta
pelo atleta foi o Arsenal.
Como já era de suspeitar,
Bugduv não existe e foi criado pelo “olheiro” apenas para ter uma noção de que
até que ponto vai a credibilidade dos dados e estatísticas contidas no game.
Diante das assertivas, temos
que dar uma maior ênfase a esta prática virtual e estudarmos cada vez mais suas
informações, pois futebol é algo sério que movimenta milhões de quantias
financeiras a nível mundial e não pode, em hipótese alguma passar por esse tipo
de situação amadora e incerta.
Não cabe aqui julgar de quem
seria a culpa por esses atos, mas cabe uma reflexão de quem participou desta
“grande jogada” deste “olheiro” que provavelmente já vinha acompanhando há um
bom tempo tamanhas falhas administrativas de dirigentes que ao invés de
pesquisarem futuras contratações da maneira tradicional, preferem consultar um
jogo virtual e tomar como verdade os itens constantes nos mesmos.
Além do mais, a
credibilidade dos profissionais que atuam realmente no futebol acaba ficando em
risco se tomarmos os games de futebol como base, tirando assim as próprias
conclusões sobre eles.
Anderson Aré
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